Geralmente, a palavra Upanisad é interpretada da seguinte forma: upa, próximo; ni, abaixo e sad sentar. Quando estas interpretações se juntam, a palavra upanisad se refere a um conhecimento ganho ao sentar-se junto a um professor. Esta é uma interpretação possível. Mas o verdadeiro sentido da palavra é autoconhecimento, brahma-vidya. A identificação do indivíduo com Brahman.
Há três elementos “upa-ni-sad” na palavra. Sad é a palavra que surge do radical sad. Em sânscrito, um radical não é uma palavra. Cada palavra tem seu radical que traz o significado da palavra. Nomes e verbos geralmente são formados a partir destes radicais.
O radical sad tem três significados: visarana, desintegração; gamana, alcançar; e avasadana, destruição total. Sad desintegra algo. O que ele desintegra? Basicamente, ele desintegra tudo aquilo que você não quer na sua vida. Isto não inclui a sua sogra, ela é apenas um nimitta, um incidente. A verdadeira causa da sua tristeza e sua incapacidade de lidar com ela são desintegradas pela upanisad.
Ela desintegra todas as anarthas, as coisas indesejáveis. Suponha que elas retornem. Não, avasadayati, ela põe um fim a estas coisas. Avasadana significa destruição completa de todas as anarthas e as raízes de sua causa. É a destruição definitiva.
Tudo bem, mas não há nada de positivo aqui. O que ganhamos de forma positiva? Sempre gostamos do positivo. Positivamente Brahma gamayati, ou seja, algo que te conduz a Brahman, o absoluto, ilimitado. Agora você está interessado em conhecer o que é isto que faz todas estas coisas. Isso é revelado por upa-ni.
Upa e ni são prefixos. O prefixo upa, aqui, indica o agente de todas as ações acima. Upa significa samipe, próximo. A palavra próximo é bastante relativa. O que é próximo? Tudo aquilo que você considera próximo pode tornar-se bem distante ou remoto a partir de um diferente ponto de vista. Quando você olha para o sol a partir do ponto de vista das estrelas. O sol é a estrela mais próxima. O sol é uma estrela. O sastra (escritura) reconhece o sol como um símbolo de todo o universo. Pois estamos no sistema solar. Então a referência é o sol. A sruti diz: “Aquele que está no indivíduo e aquele que está em aditya-devata, o sol, são o mesmo.” (Taittiriyopanisad 1.8). Este sol está bem próximo se compararmos às outras estrelas. A partir da lua, este sol está bem longe. A lua está mais próxima. A lua está longe, Delhi é mais perto. Delhi está longe, a parede deste quarto está mais perto. A parede está longe, o gravador está mais perto. Este está longe, minhas roupas estão mais perto. As roupas estão distantes, o corpo está mais perto de mim. Até mesmo o corpo está longe. O pensamento que põe este corpo como objeto, está mais perto de mim. O pensamento está longe, “eu”, a primeira pessoa do singular, o sujeito que está consciente do pensamento é o mais próximo.
“Eu” refere-se ao atman. A palavra atman é sempre usada na terceira pessoa do singular. Mas o sentido da palavra atman, é a primeira pessoa do singular, que é, aham. “Eu”, aham, é o mais próximo. O mais próximo não é nem mesmo uma expressão correta. Porque o mais próximo implica em certa distância. Aqui, relativamente falando, referindo-se a tudo mais, atman é o mais próximo. Não há nada mais próximo do que ele, este é o sentido.
Sobre você, o sujeito, há confusão. O que você busca na vida é a si mesmo, o sujeito. Como pode ser? Tudo aquilo que busco não sou eu. Eu busco somente aquilo que “não sou eu”. Este é o verdadeiro problema. Nós temos que especificar realmente o que estamos procurando. Para isso o prefixo “ni” indica niscaya-jnana, conhecimento claro, exatamente sobre aquilo que você quer na vida.
Você quer somente Brahman, mas não pode ter, porque você já o é. Você não pode ser maior que Brahman, porque não há nada além de Brahman. Tudo aqui é Brahman. Este é você e não pode ser nada além de você. Brahman é o ilimitado, e isto é você. Você não pode se separar do ilimitado. Então, upa-ni significa Brahma-vidya, o conhecimento da unidade do indivíduo e Brahman. Para que isto? Isto destrói as anarthas. O conhecedor deste Brahma-vidya ganha Brahman. Ele ganha o absoluto. Absoluto significa que não há mais nada a ser ganho. Qualquer ganho além deste, é simplesmente pura diversão. A vida de tornar-se chega a um fim, porque não há nada para se tornar.
Texto extraído do livro Exploring Vedanta de Swami Dayananda Saraswati
Há três elementos “upa-ni-sad” na palavra. Sad é a palavra que surge do radical sad. Em sânscrito, um radical não é uma palavra. Cada palavra tem seu radical que traz o significado da palavra. Nomes e verbos geralmente são formados a partir destes radicais.
O radical sad tem três significados: visarana, desintegração; gamana, alcançar; e avasadana, destruição total. Sad desintegra algo. O que ele desintegra? Basicamente, ele desintegra tudo aquilo que você não quer na sua vida. Isto não inclui a sua sogra, ela é apenas um nimitta, um incidente. A verdadeira causa da sua tristeza e sua incapacidade de lidar com ela são desintegradas pela upanisad.
Ela desintegra todas as anarthas, as coisas indesejáveis. Suponha que elas retornem. Não, avasadayati, ela põe um fim a estas coisas. Avasadana significa destruição completa de todas as anarthas e as raízes de sua causa. É a destruição definitiva.
Tudo bem, mas não há nada de positivo aqui. O que ganhamos de forma positiva? Sempre gostamos do positivo. Positivamente Brahma gamayati, ou seja, algo que te conduz a Brahman, o absoluto, ilimitado. Agora você está interessado em conhecer o que é isto que faz todas estas coisas. Isso é revelado por upa-ni.
Upa e ni são prefixos. O prefixo upa, aqui, indica o agente de todas as ações acima. Upa significa samipe, próximo. A palavra próximo é bastante relativa. O que é próximo? Tudo aquilo que você considera próximo pode tornar-se bem distante ou remoto a partir de um diferente ponto de vista. Quando você olha para o sol a partir do ponto de vista das estrelas. O sol é a estrela mais próxima. O sol é uma estrela. O sastra (escritura) reconhece o sol como um símbolo de todo o universo. Pois estamos no sistema solar. Então a referência é o sol. A sruti diz: “Aquele que está no indivíduo e aquele que está em aditya-devata, o sol, são o mesmo.” (Taittiriyopanisad 1.8). Este sol está bem próximo se compararmos às outras estrelas. A partir da lua, este sol está bem longe. A lua está mais próxima. A lua está longe, Delhi é mais perto. Delhi está longe, a parede deste quarto está mais perto. A parede está longe, o gravador está mais perto. Este está longe, minhas roupas estão mais perto. As roupas estão distantes, o corpo está mais perto de mim. Até mesmo o corpo está longe. O pensamento que põe este corpo como objeto, está mais perto de mim. O pensamento está longe, “eu”, a primeira pessoa do singular, o sujeito que está consciente do pensamento é o mais próximo.
“Eu” refere-se ao atman. A palavra atman é sempre usada na terceira pessoa do singular. Mas o sentido da palavra atman, é a primeira pessoa do singular, que é, aham. “Eu”, aham, é o mais próximo. O mais próximo não é nem mesmo uma expressão correta. Porque o mais próximo implica em certa distância. Aqui, relativamente falando, referindo-se a tudo mais, atman é o mais próximo. Não há nada mais próximo do que ele, este é o sentido.
Sobre você, o sujeito, há confusão. O que você busca na vida é a si mesmo, o sujeito. Como pode ser? Tudo aquilo que busco não sou eu. Eu busco somente aquilo que “não sou eu”. Este é o verdadeiro problema. Nós temos que especificar realmente o que estamos procurando. Para isso o prefixo “ni” indica niscaya-jnana, conhecimento claro, exatamente sobre aquilo que você quer na vida.
Você quer somente Brahman, mas não pode ter, porque você já o é. Você não pode ser maior que Brahman, porque não há nada além de Brahman. Tudo aqui é Brahman. Este é você e não pode ser nada além de você. Brahman é o ilimitado, e isto é você. Você não pode se separar do ilimitado. Então, upa-ni significa Brahma-vidya, o conhecimento da unidade do indivíduo e Brahman. Para que isto? Isto destrói as anarthas. O conhecedor deste Brahma-vidya ganha Brahman. Ele ganha o absoluto. Absoluto significa que não há mais nada a ser ganho. Qualquer ganho além deste, é simplesmente pura diversão. A vida de tornar-se chega a um fim, porque não há nada para se tornar.
Texto extraído do livro Exploring Vedanta de Swami Dayananda Saraswati
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