"Para reconhecermos um sábio, é necessário ser um também. E é somente por algum mérito que conseguimos estudar sob a tutela de um professor que conheça a verdadeira natureza do Ser. O que acontece geralmente é que escolhemos um professor que não sabe sobre o assunto, e o que ocorre é o exemplo de um cego seguindo um outro.
Por mais que a pessoa tenha algum conhecimento ou até mesmo seja versada no sastra, ou até mesmo iludida pelo pensamento de que ela conhece esta natureza, acaba assumindo que está na posição para ensinar outras pessoas.
A não ser que reconheçamos a natureza do Ser, como podemos determinar o que este professor sabe ou não? E se podemos determinar isso, não precisamos de um professor. Então, não é difícil como alguém pode cair nas mãos de um professor que nada sabe.
Geralmente o problema é que escolhemos uma pessoa carismática para nos ensinar. Se alguém é renomado, geralmente assumimos que vale à pena seguí-lo. Suponhamos que o Príncipe Charles abdicasse de seu posto de herdeiro do trono e se dedicasse à uma vida de autoconhecimento. Mesmo que ele não saiba nada sobre o assunto, encontraríamos muitas pessoas desejando segui-lo.
Siddhartha fez isto. E vejam o que aconteceu. Até mesmo o rei vizinho, Bimbisara, disse que se Siddhartha descobrisse a verdade, ele se tornaria seu discípulo. Para que tivesse seguidores, ele não precisava conhecer nada. Sua renúncia foi foi suficiente para lhe dar crédito, pois ele era príncipe também.
Várias pessoas renunciam às suas vidas "normais" em busca de autoconhecimento todos os dias e não prestamos a mínima atenção. Mas se uma celebridade o faz, aparece na capa das revistas. E as pessoas têm grande dificuldade em entender a diferença entre fama e sabedoria. Então, quando seguem estas pessoas é como o cego seguindo outro cego."
(Bhagavadgita homestudy)